Teatro de Arena
História
Teatro de Arena foi fundado na cidade de São Paulo, em 1953, como uma alternativa à cena teatral da época. A intenção de um dos seus fundadores, o ator e diretor teatral José Renato, advindo da primeira turma da Escola de Arte Dramática de São Paulo era apresentar produções de baixo custo, em contraposição ao tipo de teatro que se via praticado pelo TBC – Teatro Brasileiro de Comédia. Após dois anos de atuação em espaços improvisados, a sala da Rua Theodoro Baima, no centro da cidade, em frente a Igreja da Consolação, uma garagem adaptada, foi inaugurada em (1955).
Montagens nos anos 60
1960 Fogo Frio', de Benedito Ruy Barbosa, direção de Boal.
1960 Revolução na América do Sul, de Augusto Boal, direção de José Renato.
1961 O Testamento do Cangaceiro, de Francisco de Assis, outra direção de Boal.
1962 Os Fuzis da Senhora Carrar, de Bertolt Brecht, direção de José Renato
1962 A Mandrágora, de Maquiavel, direção de Augusto Boal.
1964 O Tartufo, de Molière.
1965 Arena Conta Zumbi, de Boal e Guarnieri, com música de Edu Lobo.
1967-68 Arena Conta Tiradentes, também de Boal e Guarnieri
1968 Primeira Feira Paulista de Opinião, evento organizado por Augusto Boal no Teatro Ruth Escobar.
1968 McBird, de Bárbara Garson, direção de Boal, também no palco do Teatro Ruth Escobar.
1968 Duas montagens malogradas no palco do Arena: O Círculo de Giz Caucasiano, de Bertolt Brecht e La Moschetta, de Angelo Beolco.
1969 A Resistível Ascensão de Arturo Ui, de Bertolt Brecht.
Processo de desintegração
Foi na excursão carioca de Eles Não Usam Black-Tie que Oduvaldo Vianna Filho e Milton Gonçalves saem da companhia e fundam, em 1961, o movimento dos CPCs - Centros Populares de Cultura, junto à União Nacional dos Estudantes - UNE. O próximo a romper com o Arena foi o diretor José Renato, que mudou-se para o Rio de Janeiro em 1962 para assumir a direção do TNC – Teatro Nacional de Comédia. É após as mal sucedidas experiências de 1968 e 1969 que Gianfrancesco Guarnieri desliga-se do Teatro de Arena, deixando a tarefa nas mãos de Augusto Boal.
O Arena fecha suas portas como companhia em 1972 e o espaço é comprado pelo extinto SNT – Serviço Nacional de Teatro, no ano de 1977. A partir dos anos 1990 e com o nome de Teatro Experimental Eugênio Kusnet, a velha sala da Rua Teodoro Baima abriga elencos de pesquisa da linguagem teatral que vêm somar-se à efervescência cultural daquela região (Praça Roosevelt e adjacências).
Importância do teatro na época
Foi a chegada de um jovem ator, egresso do Teatro Paulista do Estudante, que salvou o Arena – prestes a fechar suas portas por questões econômicas. Esse jovem ator e dramaturgo, apesar de italiano, tinha sérias convicções sobre o teatro que se deveria fazer no Brasil. O ano era 1958, a peça Eles Não Usam Black-Tie e o jovem autor, Gianfrancesco Guarnieri. O sucesso de Black-Tie, mais de um ano em cartaz, abriu espaço para o surgimento de um movimento que constituiu-se no Seminários de Dramaturgia, que tinha por objetivo revelar e expor a produção de novos autores brasileiros. Daí, destacaram-se: Oduvaldo Vianna Filho (o Vianninha) e Flávio Migliaccio entre outros.
Augusto Boal, recém chegado dos Estados Unidos, foi o diretor e dramaturgo central neste processo. A partir daí, além de buscar uma dramaturgia nacional, passou a incentivar a nacionalização dos clássicos. Nessa fase o Arena passa a contar com a colaboração assídua de Flávio Império na criação de cenários e figurinos.
Gabriel Paczkowski, Mayara Quines , Amanda Alves , Thaina Mello T: 82
Nenhum comentário:
Postar um comentário